Ao aprovar o requerimento de número 3257, a vereadora Michele Collins (PP) ressaltou a importância do trabalho que vem sendo realizado pelas comunidades terapêuticas em Pernambuco durante a pandemia da covid-19. “Elas vêm ampliando as suas atribuições com o acolhimento das pessoas que estão em situação de rua, além de continuarem com suas finalidades que já levaram o Governo Federal a considerá-las como serviços essenciais”, afirmou, na reunião ordinária da Câmara do Recife realizada na manhã desta terça-feira (7), de forma remota, por videoconferência. O requerimento destacado pela vereadora dirige apelo ao secretário de Saúde do Estado, André Longo, objetivando a disponibilização de kits de teste rápido para detecção da covid-19 para as comunidades terapêuticas.

Essas comunidades são instituições criadas pela Política Nacional sobre Álcool e Drogas (PNAD), lançada em 2019, e são destinadas a tratar usuários de substâncias lícitas e ilícitas. “Elas não são do serviço de saúde, mas dão apoio à saúde pública”, explicou a parlamentar. À princípio, as comunidades teriam obrigação de receber somente os usuários de substâncias químicas, mas na pandemia, ampliou os serviços para todas as pessoas que estão nas ruas.  “Para acolher os moradores de rua que chegam às comunidades, o que os dirigentes estão fazendo? Uma vez que ainda não dispõem dos testes para detectar o contágio da covid-19, deixam essas pessoas em quarentena por 14 dias e depois, se não apresentarem sintomas, são incorporadas no dia a dia”, explicou.

A atuação das comunidades terapêuticas tem, segundo Michele Collins, reduzido a quantidade de pessoas nas ruas das cidades durante a pandemia, mas também não impediu que os dependentes químicos que já se encontravam nas instituições continuassem com seus tratamentos. “O fato é que, sem o suporte das comunidades, essas pessoas também estariam nas ruas”, afirmou. De acordo com a vereadora, mais de 1 mil pessoas estão sendo atendidas pelas comunidades em Pernambuco.

“As comunidades fazem atendimento gratuito e não têm objetivo financeiro. Em Pernambuco, somente nove são cadastradas para receber auxílio financeiro da Secretaria Nacional de Combate às Drogas. As demais vivem de ajudas de particulares e apoios, além de vendas de produtos”, explicou. Ela citou algumas que funcionam com destaque: Fazenda da Esperança, Sara Vida e Oásis da Liberdade. “O meu requerimento vem no sentido de apoiar todas as comunidades terapêuticas com as testagens para detectar a covid-19 nos acolhidos. Mas elas também estão precisando de outros suportes como os equipamentos de proteção individual (EPIs)”. Michele Collins informou que, antes de aprovar o requerimento na Câmara Municipal, um ofício com a mesma solicitação já foi encaminhado ao secretário de Saúde do Estado, André Longo; e ao secretário de Prevenção de Políticas contra as Drogas em Pernambuco, Clóvis Benevides. “Esse ofício foi subescrito pelas 50 instituições que formam a Federação Pernambucana de Comunidades Terapêuticas”.

Michele Collins fez um apelo para que as pessoas continuem fazendo doações às instituições que trabalham com assistência social. “Eu tenho trabalhando nas ruas, diariamente, e temos observado que muitas pessoas pararam de fazer doações porque estão considerando que a pandemia acabou. Não acabou e a curva da doença ainda não está em queda em Pernambuco. Mesmo assim, as pessoas estão com esta sensação por causa das medidas de reabertura da economia e do fim do isolamento social. O fenômeno que estamos observando é que aumentou a quantidade de pessoas nas ruas, aumentou a demanda, mas a oferta das doações diminuiu”, disse.