Michele Collins faz um alerta sobre abordagem das religiões nas escolas do Recife - Michele Collins

Michele Collins faz um alerta sobre abordagem das religiões nas escolas do Recife

De acordo com a parlamentar, alguns materiais adotados estão privilegiando o ensino das religiões de matriz africana

 

A vereadora do Recife, Missionária Michele Collins (PP), foi à tribuna da Câmara Municipal na tarde desta terça-feira (31) fazer um alerta sobre o ensino religioso nas escolas públicas da cidade. Para a parlamentar, é importante haver o estudo das culturas, mas isso não é pretexto para abordar as religiões com profundidade na sala de aula.

“A cultura precisa ser disseminada, mas não é necessário entrar nas religiões. Porque cabe aos pais ensinar o assunto aos seus filhos”, avalia. Para sustentar seu ponto de vista, Michele Collins trouxe ao plenário tópicos que fazem parte da legislação, como o item 4 do artigo 12 da Convenção Americana de Direitos, que dispõe que “os pais e, quando for o caso, os tutores, têm direito a que seus filhos e pupilos recebam educação religiosa e moral que estejam de acordo com suas próprias convicções”.

Ainda de acordo com a vereadora, alguns materiais adotados na política de ensino têm privilegiado a disseminação das religiões de matriz africana nas escolas, através das ações do Grupo de Trabalho em Educação das Relações Étnico-Raciais (GTERÊ). “Tive conhecimento de que a Prefeitura tem um grupo de trabalho chamado GTERÊ, fundado em 2006. Esse grupo foi fundado com o objetivo de discutir as questões raciais, porém está debatendo assuntos ligados às religiões afro. Nós compreendemos a importância de abordar a cultura afro, de falar contra o racismo, mas não podemos aceitar que utilizem isso como justificativa para levar às religiões de matriz afro para a sala de aula”, comenta.

EDUCAÇÃO SEXUAL – O ensino da sexualidade nas escolas também foi pauta do pronunciamento de Michele Collins. A vereadora apresentou na Câmara Municipal um documento assinado pela juíza titular da 8ª Vara Cível, Dilza Christine Lundgren, protocolando uma denúncia junto à Promotoria de Educação do Recife chamando atenção para o conteúdo abordado no item 4.6 do Caderno de Educação Infantil (para crianças de 0 a 6 anos), ligado à Política de Ensino da cidade.

O capítulo traz temas fortes sobre sexualidade, ferindo, segundo a magistrada, o artigo 79 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que estabelece que os materiais destinados ao público infanto-juvenil devem “respeitar os valores éticos e sociais da pessoa e da família”. Michele Collins informou que a documentação foi encaminhada ao prefeito Geraldo Julio.